A realidade do processo de ensino aprendizagem a distância
apresenta vários fatores que divergem da realidade do ensino presencial, os
alunos geralmente não têm condições de participar diariamente do curso em uma
instituição de ensino superior e não podem deixar o trabalho, ou funções do dia
a dia para frequentar um curso presencial. O que não quer dizer que haja um
pior rendimento para este tipo de ensino, pois uma EAD bem fundamentada em
planejamento, bem gerenciada e com qualidade promove um rendimento igual ou até
mesmo superior ao ensino presencial.
Os envolvidos na educação a
distância, docente e aluno, precisam vivenciar o papel de sujeitos do processo,
daí a necessidade de se qualificar e requalificar constantemente. Para isso, é
fundamental compreender a realidade do estudante e do docente, tanto os fatores
positivos, quanto os negativos. Dentre estes aspectos pode-se citar por parte
do aluno: o isolamento, a capacidade de autodisciplina e organização, uso das
tecnologias de comunicação, entre outros.
Quanto ao isolamento do discente, ao se
deparar apenas com um ambiente virtual, no qual ele aprende sozinho, pode
acarretar em solidão, pois, há falta de um grupo no qual ele possa interagir
com alguém pessoalmente. Porém essa necessidade de diálogo para refletir e
compreender os caminhos para o conhecimento, isso traduz a ideia de que os envolvidos no processo,
envolvam-se no diálogo abertamente, provocando a curiosidade e a pergunta de
maneira ativa seja falando ou ouvindo.
Este sentimento de solidão
poderá ser preenchida através de alternativas de interatividade no ambiente de
estudo: bons materiais, as salas de bate-papo virtual, aulas presenciais,
confraternizações esporádicas, centros de apoio, cursos intensivos de fim de
semana ou de férias – quer a distância – correio, telefone, rede de
radioamadores, radiodifusão, televisão, que firmarão a relação entre docente e
aluno, ou até entre aluno e aluno e desenvolverão a maturidade emocional para
suportar trabalhar sozinho.
Neste processo, o discente
deverá estar disposto a se adaptar as mudanças de postura e participar
ativamente das atividades. De fato, o fator da autodisciplina contribui para a
construção do conhecimento, considerando que o aprendiz é o gestor da própria
aprendizagem, capaz de reconhecer as necessidades de estudo, identificar novos
conteúdos e materiais didáticos e o orientador assume, assim, o papel de
mediador do processo.
A
nova postura se estende aos docentes, para que sejam capazes de ajudar o
educando, de maneira a cooperar com o aluno, se fazendo presente mesmo com o
fator da distância, de modo a estimular o questionamento e possibilitar o
diálogo, bem como adaptar estratégias de acordo com a realidade do curso e
saber conviver bem com as diferenças. O professor que oferece um feedback ao
aluno contribui para que o mesmo entenda que há uma pessoa por trás da
tecnologia e que há alguém interessado no seu desenvolvimento de maneira
cooperativa e interativa.
A busca pela autonomia do
estudante depende apenas de desenvolver a capacidade de gerir a metodologia de
estudo, motivação para aprender e reservar um tempo para leitura dos materiais
e acesso às plataformas. Porém, não basta apenas conectividade, é preciso
assumir o papel de responsável pela reconstrução dos acessos, através da
interação com o material disponibilizado, colocar em prática o que foi
aprendido, discutir com os colegas as teorias, gerar questionamentos e outras
informações, tanto individualmente quanto no grupo em que está inserido.
Para tanto, se desapegar do
texto, da cultura do livro é interessante, pois há novas formas de produzir
conhecimento, com os conteúdos audiovisuais dotados de hipertextos que levam o
aluno a novas pesquisas e a novas interpretações, por isso, deverão ser utilizados diversos materiais
instrucionais, na diversidade da seleção de recursos que facilitará a
aprendizagem.
Ao
docente cabe ainda a apresentação dos materiais de estudo de modo criativo,
variado e integrado, no qual o ambiente favoreça acompanhar a participação dos
alunos nas atividades através dos fóruns, das correções dos questionários,
participação nos chats e fornecer ao estudante suporte on-line através da
comunicação eletrônica.
Além
disso, o aprendiz que é visto como foco para a percepção e representação dos
materiais educativos em conjunto com o professor, de maneira semelhante,
traduzindo o conhecimento de novos significados, no caso os significados das
pessoas e não somente nas palavras.
Este
processo de ensino aprendizagem ocorre fora do quadro-de-giz, o qual inspira a
falta de crítica, de forma mecânica, apenas favorecendo a cópia, decoreba e
reprodução, fora deste ambiente, o aluno é produtor e coautor do processo,
utiliza-se de seminários, projetos, pesquisas, discussões, painéis, enfim, as
diversas formas de participação. Sobretudo, há uma visão abrangente do erro, no
caso é importante que haja um desaprender de conceitos antigos e estratégias
irrelevantes, pois as perguntas também são instrumentos para a procura da
resposta.
O
sistema AVA é importante para uma aprendizagem significativa tanto pessoal
quanto colaborativa, pois através do ambiente virtual, pode-se obter várias
vantagens tais como a interação entre o ambiente e o aluno, a possibilidade do
discente controlar o ritmo de aprendizagem, pois o acesso é realizado de acordo
com a disponibilidade de tempo de cada aluno, além disso, há a possibilidade de
apresentação dos materiais de estudo de modo criativo, variado e integrado, que
estimula a aprendizagem.
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